Líderes sindicais, representantes de mais quase 60 sindicatos, aprovaram por unanimidade, na tarde de terça-feira (14), o documento que será entregue para o prefeito de São Paulo, João Dória, no dia primeiro de março, com propostas para minimizar o desemprego na capital paulista. Formando a “Frente de Luta Contra o Desemprego no Município de São Paulo”, o estudo é fruto de um amplo debate entre os sindicalistas, com compartilhamento de experiências.
Redigido com o apoio do Dieese, foram compiladas dez sugestões factíveis de serem colocadas em prática pelo prefeito. A intenção é fomentar o desenvolvimento econômico municipal viabilizando a utilização da agenda pública para a promoção do trabalho decente, com geração de renda e emprego na cidade.
São medidas de fácil aplicação, de acordo com os sindicalistas, que num segundo momento irão buscar apoio dos vereadores e mais tarde, do governador. Afinal, o objetivo é sair na frente da mobilização nacional pela empregabilidade, num momento que o país atravessa uma crise de emprego que atinge mais de 12,5 milhões de brasileiros.
A proposta contempla desde a formação de uma rede de apoio ao trabalhador desempregado, criação de formas alternativas de promoção de renda para as famílias à ampliação das ofertas através de alternativas que fomentem a ampliação das vagas e serviços (o conteúdo será divulgado na íntegra aqui, oportunamente). Um dos destaques é a criação do Observatório da Produção do Emprego, que através de pesquisa e diálogo social permitiria traçar o perfil do trabalhador, do emprego e da economia visando a inclusão social.
Sindicatos apresentam soluções concretas para combater o desemprego
Abrindo os trabalhos, o presidente da CONASCON, Moacyr Pereira, ressaltou a importância da ação sindical num momento em que o país atravessa uma grave crise econômica, que repercute na empregabilidade e na dignidade das famílias brasileiras. Claudio Prado, do sindicato dos metalúrgicos e da Força Sindical, conduziu os trabalhos.
“Em 35 anos, São Paulo nunca viu todos os sindicatos unidos como estamos hoje”, afirmou garantindo que a Frente de Luta Contra o Desemprego pretende “um salto de qualidade para a cidade”. Explicou que 15% do recursos municipais (R$ 54 bilhões) poderiam ser remanejados para gerar emprego. Além disso, que é preciso “fazer o que já existe funcionar direito”.
“Vamos fazer a coisa funcionar, pois o momento é este”, respondeu Raimundo Cocada, da NCST. Enfatizou que irá buscar apoio dos trabalhadores desempregados e inativos. O presidente do sindicato dos padeiros, Chiquinho, por sua vez, lembrou que além de serem bons para fazer estudos e diagnósticos, a Frente de Luta Contra o Desemprego irá mostrar que os sindicalistas também são bons de executar projetos. Para sensibilizar para a dimensão e importância do trabalho, convidou os colegas a viverem um dia ao lado de uma família que sofre as consequências do desemprego.
Pereira, da CGTB, defendeu que todas as alternativas de trabalho, num momento de crise de emprego, são importantes. “O Estado é um dos maiores empregadores”, salientou Antonio Cabral, do sindicato dos comerciários, ressaltando que o momento é de união.
Sugestões e Trabalho duro pela frente
Durante a quarta reunião da Frente de Luta Contra o Desemprego no Município de São Paulo, os sindicalistas deram as ultimas sugestões que serão acrescidas ao documento final. O destaque durante os debates foi a inclusão dos jovens no mercado de trabalho,. Argumentaram que apesar dos programas oficiais, como Jovem Aprendiz e Primeiro Emprego, 27% entre os jovens vivem a situação de desemprego.
Claudio Prado ponderou que o trabalho apenas está começando e que o documento que será entregue para o prefeito João Dória é só o início de um trabalho, que se estenderá em novas ações sindicais. Todos concordaram que, neste momento, os sindicatos têm de olhar e trabalhar além das suas categorias e bases, mas para os trabalhadores brasileiros, pela manutenção do emprego e pela garantia de empregabilidade para todos.
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