Segundo Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana (Sindlurb), os demitidos são integrantes do grupo de risco do novo coronavírus
Expostos aos riscos de contágio pelo novo coronavírus desde que a pandemia se instalou na capital do país, garis do Distrito Federal contabilizam 171 casos confirmados de Covid-19 entre colaboradores da categoria. Essencial, a atividade se manteve em pleno funcionamento mesmo diante das medidas de controle ao avanço da doença impostas pelo Governo do DF.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana (Sindlurb), toda semana, de oito a 15 garis são afastados após apresentarem sintomas da Covid-19.
Mesmo assim, a entidade defende a manutenção da atividade durante o período de enfrentamento à doença. “A categoria entende que a limpeza urbana é um serviço essencial para a população e que não há a possibilidade de parar por completo”, afirmou o presidente do Sindlurb, José Cláudio de Oliveira.
Ameaçados pela Covid-19 e pelo desemprego
Ao mesmo tempo que vê o aumento do total de profissionais infectados, a categoria tem sofrido com grande desligamento de funcionários em plena crise sanitária. Atualmente, três companhias prestam os serviço de limpeza urbana no DF.
Ao todo, 167 garis perderam seus empregos ao longo da pandemia, sendo 112 trabalhadores da mesma empresa, a Valor Ambiental. Outros 55 funcionários da Sustentare também foram dispensados.
O sindicato denuncia que os demitidos pertencem ao grupo de risco da Covid-19. “Desde o início da pandemia, o sindicato tem se mobilizado para que a categoria não seja prejudicada. Os garis do grupo de risco acabaram demitidos nesse período e, no momento, a preocupação do sindicato é para que haja uma ampliação do quadro de funcionários”, explicou Oliveira.
Com empregados afastados pela doença e trabalhadores demitidos, a entidade teme, agora, uma sobrecarga da operação.
“Uma solução para isso seria a recontratação dos demitidos no processo de transição, que o Governo do DF promete desde outubro do ano passado”, disse o sindicalista.
Segundo a entidade, não há nenhuma iniciativa voltada para testagem em massa dos colaboradores, que acabam à mercê dos planos de saúde. “Assim que apresentam os sintomas, eles são afastados e encaminhados para fazer o teste”, assegurou o presidente do Sindlurb.
Além dos infectados, categoria teve 167 trabalhadores demitidos em plena pandemia
Trabalhador recolhendo lixo ao caminhão
Categoria manteve atividades mesmo diante do crescimento de casos
VICTOR FUZEIRA
26/07/2020 17:20,
ATUALIZADO 26/07/2020 17:37
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