Projeto desenvolvido pela UnB, em parceria com o IFB e SLU, leva capacitação para 500 trabalhadores de cooperativas do DF
Um projeto desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB) e com apoio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), busca analisar e melhorar as condições de segurança e saúde dos trabalhadores de materiais recicláveis do Distrito Federal, especialmente em relação à prevenção de doenças respiratórias e contagiosas. Depois de um mapeamento inicial, essas instituições iniciaram um treinamento para 500 catadores de 11 cooperativas.
A iniciativa integra o projeto Pare, Pense e Descarte, desenvolvido pela UnB. “Nosso objetivo é ajudar na proteção contra contaminação biológica, proveniente de vírus e bactérias, e também a contaminação química, proveniente de metal, resíduos plásticos e produtos químicos que eles podem manusear durante a triagem”, esclarece uma das idealizadoras do projeto e professora da UnB, Vanessa Cruvinel.
A formação encerra no próximo dia 26, com a entrega dos diplomas. A meta agora é garantir que os catadores formados sejam multiplicadores dessa informação e repassem o aprendizado para os demais trabalhadores | Foto: Divulgação / SLU
As aulas tiveram início no dia 12 de agosto e nesta semana a formação foi para os demais trabalhadores das cooperativas que mantêm contrato com o SLU. Todo treinamento é realizado no Complexo de Reciclagem, localizado na Cidade Estrutural.
Os mediadores do curso são professores e estudantes da UnB e do IFB que receberam instruções de forma remota por representantes da organização Workplace and Health Without Borders, WHWB, do Canadá.
O treinamento inclui a seleção e uso adequado das máscaras de proteção e demais equipamentos de segurança. O material utilizado para o treinamento foi desenvolvido para países em desenvolvimento pela International Society for Respiratory Protection (ISRP), traduzido para o português e adaptado à realidade técnica do Brasil.
Um estudo realizado pelo projeto em 2017 com catadores que atuavam no antigo Lixão da Estrutural demonstrou que 14,3% dos catadores em Brasília declaravam ter algum tipo de doença respiratória.
Análises de amostras de cabelo ainda indicaram níveis de metais nos trabalhadores. Além disso, pesquisas realizadas pelos catadores, revelaram altas concentrações de partículas em suspensão e bioaerossóis (são partículas de origem biológica suspensas no ar, tendo como importantes constituintes os fungos anemófilos).
A diretora da Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis (Centcoop), Leide Laura, agradeceu a iniciativa.
“Achei excelente. Aprendi muito sobre o uso correto das máscaras. Uma informação que eu não sabia, por exemplo, é que as máscaras podem ser reutilizadas após um tempo e não devem ser lavadas nem com álcool ou mesmo com água”, afirma Leide referindo-se às máscaras modelo PFF2 e N95 que receberam durante o treinamento.
A formação encerra no próximo dia 26, com a entrega dos diplomas. A meta agora é garantir que os catadores formados sejam multiplicadores dessa informação e repassem o aprendizado para os demais trabalhadores.
* Com informação do SLU
20/8/21 13:07ATUALIZADO EM 20/8/21 ÀS 17:37AGÊNCIA BRASÍLIA * I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON
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