Nota das centrais sindicais
Toda solidariedade à greve dos rodoviários do Maranhão
As centrais sindicais se solidarizam com os trabalhadores e as trabalhadoras do
transporte público de São Luís e Região Metropolitana, que entraram em greve na
quarta-feira (16/02). Sob a liderança do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte
Rodoviário no Estado do Maranhão (STTREMA), a paralisação é justo protesto por
melhores condições de trabalho e pelo transporte público de qualidade.
Lamentavelmente, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís
(SET, a entidade patronal) continua intransigente nas negociações e ainda tenta
criminalizar o movimento, com apoio de setores do Judiciário. A ofensiva contra os
trabalhadores chegou a um tal ponto que, nesta sexta-feira (18), a desembargadora
Solange Cristina Passos de Castro, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região),
determinou a manutenção de ao menos 80% de toda a frota da grande São Luís, pena
de R$ 50 mil por dia ao STTREMA e prisão de todos os dirigentes sindicais.
A medida, absolutamente inconstitucional, é um atentado ao direito de greve e à
organização dos trabalhadores, endossa práticas antissindicais e, pior, ignora por
completo a duríssima realidade de trabalho da categoria. Apesar da grave crise
econômica por que passa o Brasil os trabalhadores locais do transporte sofrem com a
falta de reajuste decente, os assaltos frequentes aos ônibus e os veículos com
constantes problemas mecânicos. Além disso, com a retirada dos cobradores de
algumas linhas, os motoristas foram obrigados a acumular também essa função,
ocasionando em riscos para si e para os usuários.
Reafirmamos nossa solidariedade a essa combativa categoria e reiteramos o apelo para
que possamos reestabelecer o diálogo e as negociações para uma solução. É preciso
atender àsreivindicações da categoria que há muito vem sendo ignoradas pelos patrões.
Essa luta não é só dos trabalhadores – mas também da população. A sociedade merece
um sistema de transporte público de qualidade.
São Paulo, 19 de fevereiro de 2022.
Sérgio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo, presidente da CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil
Oswaldo Augusto de Barros, presidente da NCST – Nova Central Sindical de
Trabalhadores
Antonio Neto, presidente da CSB – Central de Sindicatos do Brasil
Edson Carneiro Índio, secretário geral da Intersindical Central da Classe
Trabalhadora
Atnágoras Lopes, secretário nacional da CSP CONLUTAS
José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor
Emanuel Melato, coordenação da Intersindical Instrumento de Luta
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