Roberto Nolasco
Com que base caminhamos?

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A vida é uma corrida
que não se corre sozinho.
E vencer não é chegar,
é aproveitar o caminho.

Braulio Bessa

 

Lembrando de uma frase do grande escritor José Saramago que disse: “ quer enxergar a ilha, saia dela!”. Isto me leva a pensar de que forma estamos avaliando a situação em que o trabalhador, notadamente os mais jovens, estão cada vez mais longe dos sindicatos, refletido na última estatística do IBGE em que o nível de sindicalização caiu mais ainda. Me parece que, estamos olhando por dentro sem fazer uma reflexão de como o trabalhador e a sociedade enxerga o sindicato.

Um exemplo interessante aconteceu recentemente. Vários importantes líderes europeus se reuniram para fazer uma avaliação do porquê as políticas sociais e econômicas até então implementadas estão recebendo tanta rejeição dos eleitores, com acenos a direita radical e retrograda e em outros países,  o contrário ,ou seja, todos de certa forma votam contra quem está no comando. Este encontro foi chamado de “ Reconquistar o povo” e para tanto reuniu economistas de diversos países e cientistas políticos. Uma maneira de olhar a ilha de fora.

De nossa parte participamos e acompanhamos a luta das centrais sindicais que, em nome dos Sindicatos, busca encontrar um caminho para tentar criar  principalmente uma forma de custeio dos Sindicatos, todavia é uma agenda com foco no legislativo. O Sindicalismo brasileiro de certa maneira tomou forma e sobreviveu décadas em função das legislações que lhe deram vida e   buscar o caminho de retomar estas prerrogativas pode não ser bom, ainda mais num ambiente hostil que é o atual congresso. Que tal sairmos da ilha e tentarmos conhecer o porquê que o trabalhador não participa do Sindicato? Ou, ainda por que a sociedade de certa forma rejeita a ação sindical? Temos vários  nós a resolver como o da informalidade que deixa mais de 50% dos trabalhadores fora dos debates, escondidos na economia e sem proteção social. Fundamental criarmos diretrizes e ações para a representação destes trabalhadores, o que pode vir a fortalecer os sindicatos de uma maneira geral. Importante pensar que os Sindicatos  não tinham a obrigação de mudar a forma de atuar, mas não podíamos não acreditar que podia mudar, como aconteceu.

E, o que mais pode vir pela frente?

A categoria que representamos está de certa forma organizada, mas temos que pensar no conjunto.

Parafraseando Martim Luther King “Um Sindicato ruim em algum lugar é uma ameaça ao Sindicalismo em todo lugar.”

Não criamos o problema, mas temos a responsabilidade de participar da solução.

 

Roberto Nolasco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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