Nos dias 26 e 27 de maio, foi realizado em São Paulo (SP) o seminário “O Papel do Setor Corporativo na Promoção da Igualdade: Caminhos Possíveis”, uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) que reuniu representantes do setor público, empresas, entidades sindicais e organizações da sociedade civil para discutir estratégias de promoção da igualdade no mercado de trabalho.
A Conascon (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Serviços) e o Siemaco São Paulo estiveram presentes, reforçando o compromisso histórico das entidades com a promoção da igualdade racial, de gênero e social no ambiente laboral. A participação sindical no seminário evidenciou a importância do diálogo entre trabalhadores e empresas no combate às desigualdades estruturais.
O evento foi promovido pelo MDHC, por meio da Coordenação-Geral de Direitos Humanos e Empresas, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Contou ainda com o apoio de 62 instituições, entre fóruns empresariais, movimentos sociais e organismos internacionais.
Na abertura do evento, o coordenador-geral de Direitos Humanos e Empresas, Edmilson Santos, destacou que a discussão sobre igualdade deve ter como ponto de partida a questão racial. “Independentemente de outros recortes – deficiência, gênero, LGBTQIA+ – todos eles também são impactados negativamente pela ausência de igualdade racial no mercado de trabalho”, afirmou.
A secretária-executiva do MIR, Roberta Eugênio, enfatizou que a transformação no setor produtivo depende do reconhecimento da corresponsabilidade corporativa no enfrentamento ao racismo. “É preciso abrir espaço, entender a importância da alternância de poder. A diversidade é um valor que deve ser incorporado com compromisso real”, declarou.
A mesa de abertura contou ainda com a presença de autoridades como o presidente da OAB-SP, Leonardo Sica; o presidente do Fórum das Centrais Sindicais, Ricardo Patah; o subprocurador-geral da República, Paulo Thadeu; e o reitor da FECAP, Edison Simoni.
Diálogos e compromissos
A programação incluiu mesas temáticas e oficinas com foco em ações afirmativas, igualdade salarial, ambientes laborais seguros e no papel social das empresas na garantia dos direitos humanos.
A primeira mesa tratou dos impactos da constitucionalização das ações afirmativas, com representantes da OAB, FGV, PUC-Rio e UFPA. No segundo painel, empresários e representantes do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego discutiram desafios e avanços em relação à diversidade e inclusão no mercado de trabalho.
No segundo dia, três oficinas autogeridas abordaram temas fundamentais: os desafios das empresas no enfrentamento das desigualdades raciais; a atuação das centrais sindicais na promoção da diversidade com inclusão e equidade; e as dificuldades enfrentadas por migrantes, refugiados e pessoas em situação de rua no mundo do trabalho.
A participação da Conascon e do Siemaco São Paulo reforçou a importância do movimento sindical na construção de um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e igualitário.
O evento foi encerrado com a apresentação de um Manifesto pela Igualdade no Mercado de Trabalho, com diretrizes e compromissos voltados à promoção de um ambiente laboral mais digno e equitativo para todas e todos.
