Brasil, um país de tantas diferenças e desavenças
As diferenças sociais não se restringem apenas às mulheres. Durante o encontro, que reuniu sindicalistas de vários estados, ainda foram debatidas as diferenças raciais. A exemplo do público feminino, os negros também ocupam a estatística de salários mais baixos no mercado de trabalho. Mas este não é apenas um problema de políticas públicas. A mudança acontece pela educação, “o que funciona é o que reproduzimos, são as questões diárias que ditam a posição das pessoas na sociedade”, afirma Hellen Silvestre Fernandes, economista do Instituto de Altos Estudos da UGT.
Para que todas as mudanças almejadas sejam alcançadas, a atuação dos sindicatos junto às categorias é imprescindível. Trabalhadores e representantes sindicais têm força para reverter a discriminação e outras desigualdades que precisam ser combatidas. A desigualdade de gênero e raça é uma herança, de tempos passados, ainda forte, visível em diversos meios e situações.
Segundo a diretora de assuntos da mulher e diversidade da Conascon, Ana Cristina Duarte, as mulheres negras ainda estão na base da pirâmide, elas são a liderança das estatísticas, pois, além da discriminação racial, são as primeiras a receber demissão de trabalho, estão no topo do índice de desemprego e as últimas a receber atendimento de saúde.
Mulheres, negros e LGBTIs, são exemplos de quem busca a igualdade de gênero e raça. As centrais sindicais têm atuado nestas causas, através de marchas, passeatas outras manifestações, para combater o racismo e tantas outras desigualdades que ainda estão incutidas na sociedade.
Reforma trabalhista e sua bagagem
Talvez, parte dos trabalhadores ainda não tenha percebido, mas a aprovação da Reforma Trabalhista precarizou as condições de trabalho e as deixou ainda mais vulneráveis. Antes da aprovação da Reforma já ouvia-se os rumores de que a escravidão voltaria ao Brasil. “A realidade não é mais a mesma, a partir de 11 de novembro de 2017 ela mudará ‘do dia para a noite’”, é o que afirma a doutora Mariazinha Camanhim, especialista em Direito do Trabalho.
A doutora Juliana Gonçalves Plácido, especialista em direito previdenciário, ressalta a importância de estar atento ao salário, isso porque há trabalhadores que têm um valor de salário registrado na CTPS, e outro valor que é pago por fora. Nessas situações, quando houver a necessidade de licença maternidade, perícia, ou qualquer outra situação em que dependa da previdência, o valor a receber será calculado com base no salário registrado em carteira.
É preciso dar atenção aos movimentos sindicais, que têm capacidade de enfrentar negociações e defender suas categorias. Os trabalhadores precisam se atentar às mudanças da Reforma Trabalhista e tudo o que vem como bagagem dela. A Reforma irá, sim, afetar e fragilizar as bases, mas, não pode enfraquecer o papel fundamental dos sindicatos em defesa de suas categorias. Sigamos me frente, conscientizando e disseminando informações.
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